Temos presenciado em nosso cotidiano, que a visão extremamente materialista sobre a vida, já não nos inspira tanta confiança, e nos leva ao esquecimento e profundo silêncio, sobretudo, diante de coisas cujo valor afetivo, sem sombra de dúvida, nos parece se não superior, pelos de uma importância acima do normal. Exemplos significativos, protagonizados nas âncoras dos sete pecados capitais instituídos pelo papa Gregório Magno no século VI: gula (comer por prazer não porque necessita) Luxuria (apego e valorização extrema) Avareza (apego aos bens materiais) Ira (vontade de vingança): Soberba (orgulho e arrogância) vaidade (preocupação excessiva com os aspectos físicos); preguiça (negligência e falta de vontade de trabalho). Estando certo ou não para sua época, o Papa Gregório, no mínimo deixou-nos um legado de idéias que nos permite refletir sobre nossa condição humana. E Apartir daí, refletirmos melhor, como anda nossa percepção de mundo, para os valores espirituais, morais e intelectuais, sobretudo aqueles que compõem nossa arqueologia de emoções, ou seja, os valores afetivos.
Destaco três momentos importantes, em que a arte pôde nos fazer esta prestação de serviço para refletirmos, sobre a questão em foco: O espaço como templo de cada um a ser respeitado. Quem ainda não viu que veja a comédia escrita por Antonio Fagundes e dirigida por Bibi Ferreira, denominada; “sete minutos”; O Filme de suspense e drama psicológico, Cisne Negro, dirigido por Darren Aronofsky e estrelado por Nátalie Portman. E a bela e genial composição musical de Chico Buarque: Oh pedaço de Mim; nesta, há um verso que chama muito a atenção para o valor da afetividade: oh, metade arrancada de mim leva o vulto teu, que a saudade é o revés de um parto, a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”.
Tantos os sete pecados capitais instituídos pelo papa Gregório, como as obras de arte acima citadas, nos valem muito para este reflexão, pelo fato, de considerarmos que a maioria dos acontecimentos nefastos e muitas das vezes trágicos em nossas vidas, esconde-se, porque perdemos a noção do que o outro representa para nós. Por acharmos que somente quantificar os resultados imediatos de nosso território de interesse nos parece fundamental.
Então vejamos como deve ser doloroso para o artista em pleno palco um de seus maiores templo está diante de uma platéia desatenta completamente dispersa; imagine alguém na vontade e busca de superação sobre seus limites sendo ovacionado. Projetando cenas do cotidiano, como é dolorosos presenciarmos cenas reais, em que idosos, pessoas com deficientes, crianças estejam totalmente abandonadas, esquecidos, e vulneráveis diante de sua própria sorte.
E então o que dizer, quando o outro por maior exercício de percepção sobre os outros com quem interagem no seu cotidiano, não percebe o quanto deve ser doloroso invadir o quarto, o templo, o espaço, de quem em qualquer dimensão de nossas vidas partiu, embora sempre nos retro alimente de sentidos e significados vitais para a continuidade de nossa existência?
Por outro lado, também deve ser muito difícil para alguém ter perdido o significado de sua felicidade por que o outro miniaturizou toda a grandeza de seu semelhante, por falta de percepção diante das coisas simples e gostosas de se viver.
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