O futebol de fato é uma atividade esportiva extraordinária, principalmente quando estão em confronto arqui rivais, com suas tradições, com suas exuberantes torcidas que fazem um espetáculo à parte principalmente no quesito criatividade.
Neste domingo dia dos trabalhadores, em muitos estádios do Brasil os principais clube se enfrentaram pelos campeonatos estaduais, mobilizando milhões de pessoas que não mediram esforços para torcer por seu clube de coração em busca do titulo estadual. Aqui no Pará não foi diferente, Remo e Paysandu, foram a campo nesta tarde de domingo, estádio lotado, e as torcidas chegando para o espetáculo; camisas, bonés, fitas, terços e até objetos estranhos para colorir a grande partida principalmente na hora do gol. em que todos os locutores esportivos estão atentos e apostos para gritar:gol, gol, gol, gol, gol, gol
Fazendo tremular nos céus amazônicos as cores azul marinho e azul celeste, enquanto nas arquibancadas os torcedores que nunca se viram confraternizavam-se num apelo universal: o amor por seu clube do coração não pode dar passagem à violência nos estádios como os lamentáveis fatos ocorridos em Goiás e Rio de Janeiro.
Dado o apito inicial pelo arbitro da partida, jogadas a jogadas, lance a lance, agitam todos presente a cada movimentação dos jogadores rumo ao gol adversário a galera se manifesta: humm, humm, humm, hummm l.
Passe a passe de pé em pé a partida vai ganhando seu brilho e um entusiasmo vai tomando conta das arquibancadas quando então o juiz acena para o meio de campo, é gol. Gol legítimo. A torcida bicolor vibra, grita e agita num lance em que um veterano prata da casa arremessa um tiro forte de fora da área, é gol de Waderson e a torcida bicolor vai ao delírio. Papão, papão,papão,papão
Enquanto do outro lado, a torcida azulina faz um silêncio contido, sentindo profundamente os efeitos de um tiro certeiro levando a bola até o fundo do barbante: é gol do papão da Curuzu. Com esta vantagem no marcador, o leão azul vai para cima tentando empatar a partida e até o final do primeiro tempo nada do que previa acontece.
Então é hora do espetáculo das torcidas, no apito final do juiz decretando o final do primeiro tempo, é a hora do intervalo, onde as torcidas se agitam, num fala, fala onde não ha espaço neste momento para a trégua, viva o futebol e tudo de bom que o identifica a alegria contagiante, a gozação, o divertido encontro de amigos rivais somente nesta hora.
Começa o segundo tempo, é o final do jogo, é o tempo necessário para quem estivesse perdendo buscar sua reabilitação, neste caso, o clube do Remo precisava reagir, pois o resultado permanecendo não lhe deixaria em condição confortável para o cumprimento de seus objetivos, ser o campeão paraense garantindo seu acesso a série D.
De repente num cruzamento pela esquerda de ratinho, Diego Barros toca de cabeça e a bola vai até os pés de Rodrigo Dantas que não perdoa; é gol, gol, gol, golgolgolgolgolgol, a torcida azulina dá o troco vai aos delírios, fogos, gritos, abraços e o grito de gol preso na garganta saí com toda força. A torcida enfurecida grita: Remo, Remo, Remo, Remo, Remo enquanto o adversário silencia.
O leão azul quer mais, vai para cima do papão, porém já é tarde demais é a chegada do apito final, o clássico terminou empatado, o reflexo deste resultado tem tonalidades diferentes. O papão da Curuzu está matematicamente eliminado do segundo turno, mesmo com a vantagem da disputa final do campeonato, por ter ganho na sorte o primeiro turno.
Já o Leão Azul, valente, respira aliviado mesmo ainda tendo dois jogos pela frente, começa a se impor com um verdadeiro rei, e sentencia que desta vez não haverá surpresas negativas nesta reta final do campeonato paraense.
Se os deuses do futebol também forem fanáticos por clássicos, leão e papão ainda terão outros confrontos em breve, e que vença o melhor na alegria, na criatividade no espírito esportivo que não pode dar passagem para a violência. Se o futebol é alienação, é também momento de distração e confraternização numa sociedade republicana e democrática. VIVA O FUTEBOL.
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